BRF tem ano desafiador após demonstração de resultados

03/05/2012 12:45

 

 

BRF tem ano desafiador após demonstração de resultados

A Brasil Foods terá um ano desafiador para as vendas de seus produtos, que se mostraram decepcionantes no primeiro trimestre e que não estão totalmente recuperadas no segundo trimestre, ao mesmo tempo em que lida com custos adicionais decorrentes do processo de incorporação da Sadia.

A empresa, uma das maiores companhias de alimentos do Brasil, registrou lucro líquido de 153 milhões de reais no primeiro trimestre deste ano, queda de 60% ante igual período de 2011, com as vendas externas pressionando os ganhos e negócios no mercado interno aquém dos esperados. As ações da empresa apresentavam queda de quase 3% por volta das 12h10, enquanto o Ibovespa recuava 0,7%.

Ao mesmo tempo em que enfrenta dificuldades nos mercados, a companhia ainda está incorrendo em custos adicionais para cumprir o processo de incorporação da Sadia dentro do que determinou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Pelo acordo para haver desconcentração de mercados no Brasil, acabou acontecendo uma troca de ativos da BRF com o Marfrig, que cedeu unidades na Argentina à companhia e receberá ativos brasileiros da BRF, o que deve ocorrer até o início do segundo semestre.

O Cade também condicionou a incorporação da Sadia pela Perdigão à suspensão da marca Perdigão de alguns mercados por prazos de três a cinco anos, dependendo do segmento, além da suspensão de produtos de carne da Batavo, por quatro anos, a partir de 1o de julho.

Nos mercados em que a Perdigão poderá atuar, a marca deverá ser reforçada, disse o presidente da BRF, José Antônio Fay, com a companhia buscando tirar vantagem do nome conhecido, assim como tem feito com a Sadia.

Ao mesmo tempo em que está tendo custos operacionais adicionais, a companhia detecta um aumento de despesas com matérias-primas, como o milho e o farelo de soja, que estão seguindo as altas cotações do mercado internacional.

A soja, por exemplo, atingiu o maior valor na semana passada desde 2008, ano em que registrou máximas históricas na bolsa de Chicago. Segundo Fay, a empresa está sentindo a pressão dos custos maiores, o que indica repasses de preços. Ele comentou também que o Brasil, embora ainda seja um produtor de baixo custo de carnes, está perdendo competitividade internacional, especialmente para os norte-americanos.A taxa de câmbio é um dos favores que por vezes ajuda os EUA e afeta negócios do Brasil.

Fonte: Reuters, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

BRF: lucro cai 60% no 1T12 e prevê investimentos de R$2,5 bi em três anos